Será possível planear cidades mais amigas do ambiente envolvendo as necessidades de todas as partes das populações urbanas? Como podem, tanto os processos de criação de espaços verdes, como o seu uso, ser verdadeiramente justos, inclusivos e colaborativos? E como deveria esse envolvimento funcionar na prática, no ano em que Lisboa é Capital Verde Europeia?
O apelo “POR UMA LISBOA MAIS VERDE PARA TODAS E TODOS” pretende alertar para a importância destas questões. O documento foi criado no seguimento do workshop “Justiça Ambiental Urbana – Como criar uma cidade mais verde para todas e todos?”, que teve lugar em junho deste ano em formato online e que contou com a participação de especialistas de Portugal, da Alemanha, França e Espanha e de várias iniciativas, associações e movimentos cívicos de Lisboa.
Mais do que apresentar conclusões, o apelo tem como objetivo alertar para a importância de um debate público sobre as dimensões sociais na agenda da Capital Verde Europeia 2020. Destaca-se especialmente a necessidade de um diálogo contínuo entre o poder local e as comunidades na criação de uma cidade mais justa e mais sustentável para todas e todos. Só tornando verdadeiramente participativos os processos de tomada de decisão, tornar-se-ia possível planear e criar espaços verdes que não sejam só bonitos, contribuindo para a eco-gentrificação dos bairros em questão, mas que realmente sirvam às comunidades à volta deles.
O documento pode ser consultado aqui: Apelo Por uma Lisboa mais verde para todas e todos
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O workshop sobre justiça ambiental urbana foi organizado pelo Goethe-Institut Portugal e pela Fundação Friedrich Ebert em Portugal no âmbito da iniciativa Retomar a Cidade, que se debruça sobre algumas das questões mais prementes do desenvolvimento urbano de Lisboa e do Porto. Com esta iniciativa, pretende-se mostrar diferentes estratégias de lidar com os desafios do desenvolvimento urbano e fomentar o intercâmbio entre atores locais e internacionais da política, administração e sociedade civil.